VIA LACTEA

"Ora (direis) ouvir estrelas!
CertoPerdeste o senso"!
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?

"E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas"

.Olavo Bilac







segunda-feira, 27 de junho de 2011


VERMELHO ESCARLATE

E lá se foram elas....
Uma, duas, vinte, trinta....ou mais
Como pétalas de flor foram caindo uma a uma
amarelecidas
E a cada uma que caia, uma lágrima eu vertia.
Aguardando a entrega, eu envelheci.
Nos silêncios prolongados minha voz eu calei.
O brilho dos meus olhos se tornaram opacos
Não mais te enxerguei, só te pressenti.
O amor....Ah! o amor ilimitado, indivisível e
insondável....Esse amor,
vestiu-se de chuva e explodiu em tempestade
de ventos, relâmpagos e trovões.
Veio quebrar a letargia, a quietude que minh'alma
se encontrava, me fazendo meditar sobre os ele-
mentos da razão.
Nos subterrâneos dos meus sonhos,
Na incompreensão do ardor da desilusão,
Vi a chegada da aurora escarlate
e vi jorrar o sangue expelido pelo meu
coração partido pela sua rejeição
Ah! esse amor quimera...
Hoje onde estás?

Elô